A constelação Carina, juntamente com Puppis e Vela, originalmente formavam a antiga constelação Argo Navis, tendo havido sua separação em 1763 através da publicação do “Star Catalog of the Souther Sky” pelo astrônomo francês Nicolas Louis de Lacaille. Apesar desta divisão Carina reúne um conjunto de variados tipos de estrelas variáveis, tais como cefeidas, tipo Mira e LBVs (Luminous blue variables).
As estrelas AG Car e Eta Car são exemplos de LBVs, onde esta última tem sido alvo de diversos trabalhos, dentre eles o de Corcoran e colaboradores (1997) que descrevem uma variação nas emissões de raios-X (2 – 10 keV) em períodos de 85 dias. Estas flutuações foram associadas ao sistema estelar binário composto por Eta Car, já que tais emissões estão relacionadas com o choque derivado dos ventos solares das duas estrelas, havendo um aumento durante o periastro e a consequente diminuição em seu apoastro.
As ejeções de Eta Car ocorrem há várias e deram origem a uma nebulosa bipolar em formato de ampulheta atualmente denominada de Homunculus (LIVIO, 1997), tal como pode ser observado na Figura 1. Um caso particular envolvendo Eta Car ocorreu em 1843 em um episódio conhecido como “Grande Explosão”, durante o qual ela tornou-se, por um breve período, a segunda estrela mais brilhante do céu, atingindo magnitude de -1,0 (AAVSO, 2002).
As estrelas AG Car e Eta Car são exemplos de LBVs, onde esta última tem sido alvo de diversos trabalhos, dentre eles o de Corcoran e colaboradores (1997) que descrevem uma variação nas emissões de raios-X (2 – 10 keV) em períodos de 85 dias. Estas flutuações foram associadas ao sistema estelar binário composto por Eta Car, já que tais emissões estão relacionadas com o choque derivado dos ventos solares das duas estrelas, havendo um aumento durante o periastro e a consequente diminuição em seu apoastro.
As ejeções de Eta Car ocorrem há várias e deram origem a uma nebulosa bipolar em formato de ampulheta atualmente denominada de Homunculus (LIVIO, 1997), tal como pode ser observado na Figura 1. Um caso particular envolvendo Eta Car ocorreu em 1843 em um episódio conhecido como “Grande Explosão”, durante o qual ela tornou-se, por um breve período, a segunda estrela mais brilhante do céu, atingindo magnitude de -1,0 (AAVSO, 2002).
Figura 1. Eta Carinae.
Fonte: NASA/HST
A observação de LBVs adquire grande importância quanto ao estudo da evolução estelar tendo em vista seu curto tempo de vida (10⁴ – 10⁵ anos). Além disso, esta classe auxilia na compreensão da relação evolutiva entre a fase inicial das estrelas, quando ocorre a queima de hidrogênio, e a formação das estrelas Wolf-Rayet, que são o último estágio da vida estelar, culminando na formação de uma supernova.
As estrelas do tipo Mira, tais como R e S Car, exibem um amplo período de variação que vai desde 30 a até 1000 dias, sendo classificadas como uma subclasse de LPV (Long Period Variable). Devido a seu longo ciclo há a necessidade de acompanhamento contínuo para determinação de parâmetros, tais como sua variação de magnitude e período, já que os mesmos só podem ser obtidos a partir de observações distribuídas em um maior intervalo de tempo.
Por outro lado, estrelas cefeidas, como L e U Car, possuem um ciclo curto que vão de 1 a 70 dias, com variações de magnitude entre 0,1 e 2. Além disso, são caracterizadas por obedecer à relação período-luminosidade desenvolvida por Henrietta Swan Leavitt, de modo que a partir de dados observacionais é possível determinar a distância destes corpos no Universo.
Diante desta grande variedade de tipos de variáveis presentes na constelação de Carina, a Comissão de Estrelas Variáveis da União Brasileira de Astronomia (U.B.A.) convida a toda comunidade de astrônomos profissionais e amadores a contribuir com o acompanhamento destas estrelas e seu registro na base dados da AAVSO. Caso você esteja começando, ou até mesmo querendo iniciar um projeto de observação, acesse nosso tutorial ou consulte os manuais disponíveis na AAVSO. Logo abaixo, segue uma relação de algumas estrelas que você poderá observar nos próximos dias.
Estrela Tipo Magnitude Período (d)
AG Car LBV 5,7 - 8,3 371,4
Eta Car LBV + Binária -1,0 - 7,9 2024
L Car Cefeida 3,28 - 4,18 ~ 35,6
R Car Mira 3,9 - 10,5 307
S Car Mira 4,5 - 9,9 149,5
U Car Cefeida 5,74 - 6,96 38,8
Clique aqui para gerar seu mapa de observação.
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Referências
AAVSO. American Association of Variable Stars Observers. Eta Carina: Sovereign of the South. Disponível em: <http://www.aavso.org/vstar/vsotm/0400.stm>. Acessado em: 01 out. 2002.
CORCORAN, M.F.; ISHIBASHI, K.; SWANK, J.H.; DAVIDSON, K.; PETRE, R.; SCHMITT, J.H.M.M.. Increasing X-ray emissions and periodic outbusts from the massive η Carinae. Nature, v. 390, p. 587 – 589, 1997.
LIVIO, M.. Clocks within the hourglass. Nature, v. 390, p. 555 – 556, 1997.
AAVSO. American Association of Variable Stars Observers. Eta Carina: Sovereign of the South. Disponível em: <http://www.aavso.org/vstar/vsotm/0400.stm>. Acessado em: 01 out. 2002.
CORCORAN, M.F.; ISHIBASHI, K.; SWANK, J.H.; DAVIDSON, K.; PETRE, R.; SCHMITT, J.H.M.M.. Increasing X-ray emissions and periodic outbusts from the massive η Carinae. Nature, v. 390, p. 587 – 589, 1997.
LIVIO, M.. Clocks within the hourglass. Nature, v. 390, p. 555 – 556, 1997.
Prezados colegas: falou em eta Car, pensou em Augusto Daminelli Neto. Vamos valorizar nossos astronomos!
ResponderExcluirOlá, Alexandre, com certeza ele deve ser valorizado. Inclusive já estamos trabalhando em uma postagem sobre o trabalho dele relacionado à estrela. Céus limpos ao colega.
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