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quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

O trabalho de brasileiros em relação ao sistema binário de Eta Carinae.

     O sistema binário de Eta Carina foi descoberto pelo astrônomo brasileiro Augusto Damineli Neto através do uso do telescópio do Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA), situado em Brasópolis, no sul de Minas Gerais (STEINER, 2020). Sendo a estrela principal denominada de Eta Carina A, com cerca de 90 massas solares, e a secundária chamada de Eta Carina B, a qual é dois terços menor e 10 vezes menos luminosa (FIORAVANTI, 2020). 
     Com base em suas observações ao longo dos anos, Damineli estimou um período orbital de 5,52 anos e por meio de um trabalho realizado em parceria com seu aluno de pós-doutorado, Mairan Teodoro, observou a alta produção de He++ durante a colisão dos ventos solares por meio do aumento da intensa liberação de luz na respectiva frequência. 

     Com o apoio de diversos grupos e o uso de telescópios terrestres e de dados do telescópio espacial Hubble houve uma nova descoberta sobre este sistema binário, a qual foi publicada em 2016 no “The Astrophysical Journal” sob o título “He II λ4686 emission from the massive binarysystem in η Car: Constraints to the orbital elements and the nature of theperiodic minima”. 
     De acordo com Teodoro e colaboradores (2016) um efeito “poço artesiano” que ocorre cerca de 30 dias antes e após a passagem em periastro é um dos fatores responsáveis pelas emissões na faixa do He++. Neste caso, a estrela menor vence os ventos solares de Eta Car A devido à maior velocidade de seus ventos, mergulhando em uma espécie de vôo rasante que dá origem ao buraco, o qual possibilita a visão do gás em alta temperatura (plasma), que a compõe (FIORAVANTI, 2020). 
     Damineli descreve que a luz que sai do buraco é cerca de 100 luminosidades solares e 50 mil vezes mais fraca que a luz da estrela, comparando a visualização do fenômeno como o ato de ver um fósforo aceso diante do Sol (ibidem, 2020). Além disso, a fenda só fica aberta durante pouco mais de um mês a cada período orbital, sendo este um fenômeno completamente novo na astrofísica. 
     O artigo de Teodoro e colaboradores (2016) ainda descreve que em 13 de fevereiro de 2020 ocorrerá um novo apagão de Eta Carina, assim a equipe da Comissão de Estrelas Variáveis da UBA convida a todos os observadores a acompanharem o fenômeno e desde já deseja céus limpos para cada um.
     Por enquanto, assista a reportagem da Pesquisa FAPESP com participação do professor Augusto Damineli Neto, como também uma entrevista do pesquisador para a UNIVESP:







Referências 
FIORAVANTI, C.. O buraco de Eta Carinae. Disponível em: <https://revistapesquisa.fapesp.br/2016/06/15/o-buraco-de-eta-carinae/>. Acessado em: 14 jan. 2020.

STEINER, J.. Eta Carina, a Miss Galáxia. Disponível em: <https://super.abril.com.br/tecnologia/eta-carina-a-miss-galaxia/>. Acessado em: 14 jan. 2020.


TEODORO, M. et al.. He II λ4686 emission from the massive binary system in η Car: Constraints to the orbital elements and the nature of the periodic minima. The Astrophysical Journal, v. 819, n. 2, p. 1-24, 2016.

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