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sexta-feira, 12 de novembro de 2021

 Seria Algol um sistema quíntuplo?

Algol (β Per ou ainda HD 19356) é um dos sistemas estelares mais observados e estudados na história da astronomia. Essa estrela está localizada na constelação de Perseu, personagem da mitologia grega, cujo o qual matou a Górgona e lhe arrancou a cabeça. A figura da constelação é basicamente um homem segurando a cabeça de um monstro e por capricho dos gregos, o olho do monstro é Algol.


As primeiras observações datam das civilizações antigas quando o povo daquela época viam seu brilho cair e aumentar em poucos dias, o que muitos povos atribuíram à essa característica um teor de maldição e de azar, dando a ela um popular nome de “olho do demônio”, do qual podemos imaginar um olho abrindo e fechando com a variação do brilho da estrela (imagine você, um cidadão da Grécia Antiga, onde reinava o politeísmo e histórias fantásticas, observar uma estrela que aumenta e diminui o brilho em poucos dias, dar uma ligeira impressão de um olho abrindo e fechando).  

Falando mais astrofísicamente, Algol é um sistema estelar triplo onde um binário eclipsante interno é orbitado por uma estrela externa mais distante. O sistema eclipsante interno de período orbital de 2,87 dias é um binário semi-destacado em órbita quase circular, com transferência de massa ocorrendo da sub gigante secundária (Algol B) para a primária (Algol B). A estrela principal é uma estrela da sequência principal do tipo B8V já a secundária, é uma sub gigante do tipo K2IV. O terceiro objeto, Algol C, foi descoberto pela primeira vez por medição de velocidade radial. Ele orbita o sistema interno em um período de cerca de 680 dias sem eclipsar. É uma estrela Am com linhas de metal e hidrogênio apresentando características F1V.

Simulação mostra a curva de luz durante os eclipses primário e secundário de um sistema semelhante ao de Algol. 
Fonte: http://faculty.kutztown.edu/preed/research.html


Mas como se não bastasse tantas características curiosas deste sistema estelar, o astrofísico Lauri Jetsu, da Universidade de Helsinque, vem estudando essas estrelas durante a última década e recentemente apresentou um estudo que indica a possibilidade de o sistema Algol ser um sistema quíntuplo e não um sistema triplo. Sim! 5 estrelas orbitando um centro de massa em comum. Isso já era algo que mexia com a cabeça de alguns astrônomos, pois esse sistema apresenta pequenas flutuações na curva de luz.

Para o astrofísico, as estrelas que ainda não foram identificadas são muito fracas de luminosidade para serem observadas, desta forma ele aplicou um novo modelo matemático em todas as observações já feitas do sistema Algol e isso mostrou que essas pequenas variações seriam bem regulares e periódicas, se tornando então as fortes evidências que podem comprovar a presença de mais de três estrelas no sistema.

O mesmo estudo sugere que as mudanças que ocorrem na duração dos eclipses de Algol registrados desde os tempos antigos até hoje (quase meia hora a menos do que há 3.200 anos) podem ser usadas para determinar a velocidade com que a estrela Algol B está sendo devorada pela gravidade de Algol A, como afirmam algumas teorias astrofísicas.  

Leia mais em: https://iopscience.iop.org/article/10.3847/1538-4357/ac1351/meta

Por Eurimar Araújo


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