O Large Area Telescope (LAT), um dos dois instrumentos do Fermi Gamma-ray Space Telescope, detectou uma nova fonte de raios gama transitória, Fermi J1623-1752. Essa fonte apresenta uma certa proximidade com a Nova Recorrente U Scorpii, confome indica o artigo a seguir: https://www.astronomerstelegram.org/read=14939&fbclid=IwAR3MwtFLNMOOxgGMHaun7PVkU0x67cEnUY-5fs8FPvCa-aVqygWBCSplIqI
Novas recorrentes, como o próprio nome já diz, são sistemas
que apresentam várias explosões durante sua existência, e não somente uma como
é o caso das Novas Clássicas. Pensa-se que pode haver mais de um tipo de Nova
Recorrente. Webbink et al. (1987) sugerem que há claramente dois mecanismos
diferentes em funcionamento por trás das explosões e, como tal, há duas classes
diferentes de NR. Enquanto as novas anãs são impulsionadas por eventos
alimentados por acreção, as novas são o resultado de uma fuga termonuclear que
ocorre na superfície de uma estrela anã branca. Uma vez que as NR parecem estar
em algum lugar entre os dois tipos de CVs, podem ser classificadas em dois
grupos, conforme prescrito pelo mecanismo de explosão:
Novae recorrente, tipo A (NRA): as explosões são resultado
da fuga termonuclear da anã branca. T Pyx é um exemplo de tal sistema.
Novae recorrente, tipo B (NRB): as erupções são
impulsionadas pelo acréscimo de uma gigante vermelha na estrela companheira. Em
tais eventos, as explosões podem ser geradas por uma instabilidade no
companheiro legal ou por uma instabilidade de disco. T CrB, RS Oph e V745 Sco
são exemplos desse tipo.
O sistema U Scorpii segue uma cadência aproximada de eventos
a cada 10,3 anos, podendo esse evento ser antecipado ou atrasado em algumas
situações.
Sua última atividade cataclísmica foi em 2010, então já se
passaram 11 anos. Devido a esse fator, sua próxima recorrência pode acontecer a
qualquer momento, inclusive, essa noite.
Sendo assim, a Associação Americana de Observadores de
Estrelas Variáveis reativou o alerta 664 de 03 de abril de 2019 (https://www.aavso.org/aavso-alert-notice-664)
pedindo para que observações sejam feitas e enviadas para o seu banco de dados
com finalidade de monitoramento do comportamento do sistema.
Aos observadores visuais é pedido que realize mais de uma
observação por noite toda noite de céu aberto. O ideal são pessoas que consigam
observar magnitudes acima de 10.0. Caso observe e não consiga ver a estrela,
reporte mesmo assim, basta selecionar a opção “fainter-than” abaixo de onde
indicar a magnitude máxima observada. Caso seja 11.6, reporte <11.6.
Incentivamos a todos os observadores disponíveis a monitorar a região da estrela e realizar o reporte da observação para o Escritório Central de Telegramas Astronômicos (sigla em inglês CBAT) acessando o link a seguir para saber como realizar o reporte http://www.cbat.eps.harvard.edu/HowToReportDiscovery.html, como também informar a AAVSO (https://www.aavso.org/webobs/individual).
Abaixo, dois gráficos indicando a posição da estrela:
Para criar uma carta da AAVSO, acesse o link: https://app.aavso.org/vsp/chart/?star=U+SCO&orientation=visual&type=chart&fov=180.0&maglimit=12.5&resolution=150&north=down&east=right.
Esse ano já tivemos um evento de Nova Recorrente, a estrela RS OPH: https://uba-variaveis.blogspot.com/2021/08/rs-oph-nova-recorrente-em-explosao.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário