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sexta-feira, 19 de março de 2021

Observação de variáveis: o desenvolvimento e uso das cartas de estrelas variáveis

      A produção das primeiras cartas de estrelas variáveis ocorreu por volta da década de 1890 quando o diretor do Observatório da Universidade de Harvard, Edward C. Pickering, teve a ideia de fornecer sequências básicas de estrelas de comparação com as magnitudes atribuídas. Esta ação objetivou envolver um maior número de observadores e facilitar o trabalho dos iniciantes nesta prática.

     Por meio disto, ele e, posteriormente, o co-fundador da AAVSO, William T. Olcott, passaram a fornecer diversos conjuntos de cartas contendo a estrela variável e as estrelas de comparação. Trabalho que é realizado até hoje pela AAVSO, a qual é uma referência na elaboração de cartas celestes destinadas à observação de variáveis.

     Com isso, a determinação do brilho de uma estrela ocorre pela comparação entre ela e as estrelas de referência, sendo que é utilizado um método de comparação proposto por William Hershel e posteriormente refinado por Argelander. Este processo consiste em se adotar uma estrela com maior e outra com menor brilho em relação à variável. Lembrando que a estimativa do brilho é dada pela magnitude da estrela, quanto menor for o valor de magnitude, maior será seu brilho. Este sistema foi criado pelo grego Hiparco e depois veio sendo aperfeiçoado ao longo dos anos, estabelecendo uma espécie de "ranking" de brilho das estrelas, assim se ela possui magnitude 1,0 ("primeira do ranking") significa que seu brilho é maior do que a de magnitude 2,0 ("segunda do ranking").

    Tendo isto em mente, pode ser estabelecido um sistema de passos entre as estrelas de comparação adotadas, lembrando que o olho humano só é capaz de diferenciar variações de magnitude iguais ou maiores que 0,2. Assim, por meio das estrelas de comparação, pode-se verificar se o brilho da variável está próximo de uma ou outra, se aparenta estar no meio entre as duas estrelas ou se é praticamente igual a alguma das estrelas de comparação. Na figura abaixo, observa-se um exemplo de como ele funciona, onde são adotadas duas estrelas de comparação indicadas pelas setas e a variável é apontada com uma pequena cruz.

Fonte: AAVSO, 2021.

    Vale ressaltar que tais observações são de fundamental importância para uma melhor compreensão do ciclo de vida e do comportamento das estrelas, ampliando nosso aporte de conhecimento acerca destes corpos. Caso você tenha mais interesse em conhecer o processo de observação visual de estrelas variáveis sugerimos este material que foi publicado no boletim da União Brasileira de Astronomia e que está disponível no link: http://www.acervoastronomico.org/uba-ano-50.


Referências
AAVSO. Manual para Observação Visual de Estrelas Variáveis. Disponível em: <https://www.aavso.org/sites/default/files/publications_files/manual/portuguese/PortugueseManual.pdf>. Acessado em: 13 mar. 2021.

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